"Tal livro, tal problema não têm pressa; além disso somos amigos do lento, eu tanto quanto meu livro; não se foi filósofo em vão, talvez é-se ainda, diríamos, um professor de leitura lenta – finalmente, escreve-se também lentamente. Agora, isso não só faz parte dos meus hábitos, como também do meu gosto – um gosto maldoso, talvez? Nada mais escrever que não leve aquela espécie de homem que 'tem pressa' ao desespero. A filologia é efetivamente essa arte venerável que exige de seu admirador antes de tudo uma coisa: afastar-se, dar-se tempo, tornar-se silencioso, tornar-se lento, como um conhecimento de ourives aplicado à palavra, que tem de fazer seu trabalho fino e cuidadoso e nada alcança se não alcança lentamente. É precisamente nisso que ela é hoje mais necessária do que nunca, é justamente nisso que ela nos atrai e nos encanta no mais alto grau, numa época de 'trabalho', quero dizer: na época da pressa, de indecente e suada velocidade, que quer 'acabar logo com tudo' e também com todos os livros, velhos ou novos. Mas ela própria [a filologia] não acaba logo com qualquer coisa, ela ensina a ler bem, isto é, devagar – profunda, cuidadosa, retrospectiva e antecipadamente, descobrindo intenções, com portas deixadas abertas por dedos e olhos suaves... Meus pacientes amigos, este livro deseja apenas leitores e filólogos perfeitos: aprendei a ler-me bem!" (2).
Ourives Das Palavras Pdf 54
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